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Novo Hamburgo,03/05/2024

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Facção que usava garotas de programa e travestis para extorquir clientes é alvo de ação em Canoas

Grupo se apropriou de motel após expulsar o dono, que teve prejuízo de R$ 500 mil


Facção que usava garotas de programa e travestis para extorquir clientes é alvo de ação em Canoas

O esquema em que uma facção aliciava garotas de programa e travestis para extorquir clientes é alvo da Polícia Civil, nesta terça-feira, em Canoas, na região Metropolitana. De acordo com a instituição, o grupo chegou a se expulsar o dono de um motel e se apropriou do estabelecimento. São executadas 44 ordens cautelares, entre mandados de prisão temporária, buscas, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. Até o momento, quatro pessoas foram presas e uma adolescente foi apreendida. Houve ainda a apreensão de uma arma de fogo e de um veículo. A investigação começou em novembro do ano passado, quando quatro criminosos armados tomaram conta de um motel na rua Liberdade, bairro Marechal Rondon. O dono, que administrava o espaço há mais de 30 anos, foi obrigado a deixar o local. Ele teve prejuízo superior a R$ 500 mil.


No lugar do proprietário, um traficante conhecido como “Balaca”, que está detido no sistema penitenciário em Santa Catarina, indicou a companheira para gerir o estabelecimento. O preso é vinculado a outro criminoso, apontado como líder da quadrilha.


O suspeito de chefiar o grupo chegou a ser transferido a um presídio federal, em 2020, mas retornou ao RS. Ele cumpria pena no Complexo Prisional de Canoas até o final do ano passado, quando alegou que precisava se submeter a um procedimento cirúrgico. À época, o criminoso recebeu benefício de prisão domiciliar humanitária com tornozeleira, mesmo somando 89 anos de condenações. O paradeiro dele é desconhecido desde então. Aliciamento e pagamento de taxa


A titular da 3ª DP de Canoas, delegada Luciane Bertoletti, explica que a facção se apropriou do motel após controlar pontos de tráfico e de exploração sexual na localidade. O primeiro passo foi aliciar garotas de programa e travestis, que começaram a pagar taxas de no mínimo R$ 50 reais por noite aos traficantes.


"Houve um caso em que travestis se recusaram a ceder a quantia diária e foram alvo de tiros. A vítima foi baleada, mas acabou sobrevivendo”, disse Bertoletti, que comandou a investigação.


Ocorre que, ainda segundo a delegada, as pessoas que atuavam na prostituição também passaram a extorquir clientes, ao comando da facção. Em outras palavras, quem procurava serviços sexuais era gravado com celular e se tornava alvo de chantagens. Um homem teria sido forçado a pagar R$ 20 mil para que a gangue não divulgasse imagens dele no motel.


“Gravavam programas e depois entravam em contato com os clientes. Era então que tinha início a exigência de valores, sob ameaça de expor as vítimas para familiares e colegas de trabalho”, pontuou Luciane Bertoletti. O delegado regional Cristiano Reschke destaca que proprietários de outros estabelecimentos também foram alvo de intimidação dos traficantes. A suspeita é que a facção pretendia garantir o controle da área.


"Existem outras vítimas que foram ameaçadas, inclusive com a depredação dos seus estabelecimentos comerciais. A finalidade do grupo era garantir a hegemonia territorial, assegurando, dessa forma, o controle da exploração sexual e do tráfico de drogas na região”, destacou Cristiano Reschke




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